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Pesquisadores do Núcleo Terrantar participam da série “Terra, ainda temos tempo” do Fantástico

A jornalista Sônia Bridi e o cinegrafista Paulo Zero acompanharam o trabalho de campo realizado nos Andes Peruanos

Publicado em 01 de December de 2025 por Equipe terrantar
Pesquisadores do Núcleo Terrantar participam da série “Terra, ainda temos tempo” do Fantástico

No início do ano, durante o outono no Hemisfério Sul, uma expedição do Núcleo Terrantar esteve na Cordilheira Apolobamba, nos Andes Peruanos. O trabalho teve como objetivo ampliar a rede de monitoramento pedoclimático dos ambientes altimontanos, Andes tropicais. Para isso, foram instalados sensores de temperatura do solo acima dos 5.000 m de altitude. Adicionalmente, visando investigar a formação dos solos, sua relação com a vegetação e a delimitação de geoambientes, conhecidos por esclarecer áreas com relevante valor biológico e ecossistêmico, foram descritos perfis e coletadas amostras de solo. O trabalho conduzido em campo está relacionado à tese de doutorado do discente Gabriel Palucci Rosa (PPG Solos e Nutrição de Plantas – UFV), sob orientação dos professores Carlos Schaefer (UFV/UFRJ), Guilherme Corrêa (UFU), Eduardo Senra (UFU) em parceria com o professor Demetrio Lama (UNTRM- Peru).

Equipe que participou da expedição na Cordilheira Apolobamba, nos Andes Peruanos
Equipe que participou da expedição na Cordilheira Apolobamba, nos Andes Peruanos

Ao longo dos dias de campo a jornalista Sônia Bridi e o cinegrafista Paulo Zero acompanharam parte das atividades afim de registrar as mudanças ambientais que são visíveis no local, influenciadas pela deglaciação da cordilheira. A reportagem que foi ao ar no dia 26 de outubro no Fantástico, na série “Terra, Ainda Temos Tempo”, ainda exibiu as atividades de mineração na vila de La Rinconada, a cidade mais alta do mundo.

Repórteres Sônia Bridi e Paulo Zero nos bastidores das gravações com integrantes do Terrantar
Repórteres Sônia Bridi e Paulo Zero nos bastidores das gravações com integrantes do Terrantar

Essa atividade econômica se expandiu na região a partir da exposição de veios de ouro, tornados visíveis após o degelo de parte do material. Como consequência, a comunidade, que antes praticava uma agricultura milenar em sistemas terraciados, vem sendo gradualmente impactada pelo novo uso do solo. Essa atividade, devido ao seu elevado impacto, contribui para a redução significativa da área de cobertura glacial, resultado tanto da extração forçada de água quanto do derretimento acelerado do gelo provocado pela alteração do albedo (quantidade de luz solar refletida). Durante o episódio, os repórteres também destacaram a importância dos Andes Peruanos para o abastecimento dos rios amazônicos e como a mineração afeta negativamente esse sistema, provocando menor disponibilidade de água, erosão e assoreamento no Rio Madre de Dios — que deságua no Rio Madeira —, além da contaminação desses corpos d’água por metais pesados decorrentes da drenagem ácida em ambientes glaciais.

Área de mineração na Vila La Rinconada
Área de mineração na Vila La Rinconada

Gostou desse tema? A equipe Terrantar junto aos pesquisadores que participaram dessa expedição e do episódio recomendam como leitura os trabalhos:

1. Rapid decline of snow and ice in the tropical Andes – Impacts, uncertainties and challenges ahead (Vuille, Mathias et al., 2018);
2. Temporal dynamics of glacier retreat and its relationship with local climate in Cordillera Apolobamba, Peru (Laqui, Wilber et al., 2024).

Link para a reportagem no site GloboPlay: https://globoplay.globo.com/v/11382823/